Um espaço com críticas e humildes sugestões além de casos, acasos e descasos da vida.

sábado, 3 de abril de 2010

O país mais feliz do mundo

sex, 26/03/10
por Paulo Nogueira

O autor se refere a um vídeo que não encontrei.Mesmo assim o texto é interessante e é capaz de causar inveja em quem mora em países subdesenvolvidos.

NÃO SEI O GRAU DE precisão, de acurácia dos testes que supostamente determinam as taxas de felicidade dos países. Mesmo assim, com todo o ceticismo que se possa ter sobre o tema: este vídeo impressiona. Especificamente: o que ele mostra sobre como vive um lixeiro na Dinamarca.
Casa boa, inglês bom, vida boa. Modestamente, ele diz que de zero a dez. na escala da felicidade, fica com oito.

Não olha o repórter de baixo para cima, e tampouco é arrogante ou arredio. É um cidadão completamente integrado à sociedade. Não foi barrado na vontade de treinar o time feminino de handebol da escola de suas filhas por ser lixeiro. Recebe em sua jornada bom dia, café e tudo aquilo que faz parte da rotina de profissionais de ramos nobres.

Acabo de voltar de Estolcomo, na Suécia, onde fui com a missão de decifrar o fenômeno Stieg Larsson, o autor da Trilogia Millenium. Nos países nórdicos, como a Suécia e a Dinamarca, vigora uma cultura igualitária. Como diz o cientista social no vídeo, ninguém é melhor que ninguém, a despeito da fortuna de cada um, ou da inteligência, ou do que for.

Não são países desenvolvidos apenas socialmente. Um estudo do Fórum Econômico Mundial, divulgado esta semana, mostrou mais uma vez um notável domínio nórdico na lista dos países mais avançados em tecnologia de informação. O primeiro e o terceiro lugares são a Suécia e a Dinamarca. Entre os países emergentes, a China e a Índia conquistaram posições em relação ao ano anterior. O Brasil ficou parado na 61.a colocação. É uma lista que se deve olhar porque revela o capital humano das nações.

Não estamos bem.

O jeito de ser nórdico deve muito a um pensador extraordinário, o sueco Gunnar Myrdal (1898-1987). Nobel de Economia em 1974, Myrdal nos a nos 40 teve uma influência comparável à de John Maynard Keynes na defesa de um capitalismo no qual o mercado não fosse visto como um deus que corrigiria todos os problemas automaticamente e, portanto, estava acima do bem e do mal. Keynes ganhou projeção maior não por ser melhor que Myrdal, mas por causa da língua inglesa. Num momento em que o capitalismo em crise parecia confirmar a profecia de Marx de um mundo comunista, Myrdal, como Keynes, ofereceu uma saída dentro do próprio modelo capitalista.

Myrdal defendeu epicamente que o Estado desse aos cidadãos educação e saúde de alta qualidade. Suas idéias triunfaram nos países nórdicos e explicam a vida do lixeiro do vídeo e a dominância na lista global na tecnologia da informação.

Há um índice engenhoso que compara o custo de vida nos países. Você vê o preço de um sanduíche do McDonald's em diversos locais e estabelece, a partir disso, comparações.
br /> Poderia ser criada um dia uma métrica de felicidade que se baseasse nos lixeiros do mundo. Você entrevista um número representativo de lixeiros no mundo e depois mede os resultados. Um país com lixeiros como este dinamarquês do vídeo não tem como não ser feliz. Mesmo que, como é o caso dos países nórdicos, a temperatura seja fria como um bolchevique e cruel como um nazista e o sol seja remoto como um pai ausente.

Gostaria que Lula e quem o suceda olhassem para o lixeiro dinamarquês e dissessem: é assim que deve ser no Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

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