sotaques, sotaques, sotaques

Ah o Intercom... acabou, e no meu ouvido ainda estão ecoando aqueles tantos sotaques que ouvi estes três dias. Não me canso de ouvir. Tenho que ser honesta comigo mesma e contigo. Os meus preferidos são o sotaque gaúcho e o pernambucano. Me encantei de cara por um sotaque aberto e cheio de ritmo de uma Pernambucana chamada Karolina, que falava de (com D seco) Bira e o Bando. Mas ai veio o paraense (Diego) as baianas (Jancy e Viviane) e foi uma verdadeira sinfonia para meus ouvidos. Pra mim já tinha valido o evento, ouvir tanta mistura na minha humilde residência acadêmica.
Qual não foi a minha felicidade quando em um painel sobre Comunicação, cibercultura e inclusão digital/social eu ouvi a apresentação da gaúcha Karla Brunet, e todos os seus erres e esses bem esticados, e da pernambucana Ângela Prysthon abusando do chiados nas palavras terminadas em S e seus Dês Tês bem secos. O contraste é enorme e a beleza de ambos também.
A delicadeza da gaúcha e o poder da pernambucana são imediatamente percebidos quando elas abrem a boca, não que a gaúcha não seja totalmente poderosa e a pernambucana a delicadeza em pessoa, mas seus sotaques e seus gestos mostram primeiro a sua marca.
Os sotaques... o bom é ouvir a Baiana Jancy dizer que acha que não tem sotaque, aquele maravilhoso cantado baiano e suas inflexões tão singulares.
Politicamente falando sou uma pessimista quanto ao Brasil, mas quando o assunto é cultura, eu me derreto ao ver novos hábitos, vocabulários diferentes e... ah os sotaques. Me desculpem se as vezes não consigo me ater ao que dizem as vozes, mas elas "falam tão bonito" que o conteúdo vira apenas um acessório (fique claro que no Intercom eu fiz bastante esforço pra prestar atenção em tudo, risos).

Não manguem de mim não, falando assim eu pareço meio bocó, mas os sotaques brasileiros são uma lindos demais.