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segunda-feira, 25 de maio de 2009

"Quanto dura a prisão perpétua, mãe?"


Eu sempre vejo na televisão ataques terroristas tanto por parte de Israel quanto por parte da Palestina. As reportagens sempre mostram homens-bomba que se explodem no meio de muitas pessoas da "religião inimiga" (nem sei se posso dizer isso, mas acho que ao menos do território inimigo é), porém muito raramente ouve-se falar em mulheres que participam desta guerra.
Outro dia vi um documentário (ouro puro) intitulado Noivas de Alá, de Natalie Assouline. Este doc mostra um pouco da vida das mulheres palestinas que foram presas por, de alguma forma, colaborarem com a a luta, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita, ou jihad,.
Uma das presas entrevistadas, presa por conduzir um homem-bomba ao seu local de explosão, afirma que desde criança quer ser uma mulher bomba para ser digna da compaixão de Cristo. Apesar de sentir muita falta dos seis filhos, esta mulher não se arrepende do ato que a condenou a prisão três prisões perpétuas (o que quer que isso signifique). O documentário mostra uma visita de seus filhos, e uma pergunta ingênua surge da filha mais velha: "Mãe, quanto tempo dura a prisão perpétua?"
De acordo com o Islã, a mulher é um diamante digno de proteção,por isso, estas mulheres, mesmo em uma prisão acompanhadas apenas de outras mulheres, combrem seus cabelos e todo o seu corpo. Deus é um tema constante em todas as conversas destas mulheres: "Deus vai se vingar daqueles que tiraram meus filhos de mim", diz a mãe dos seis filhos, que se acredita tentando mostrar que não é um monstro, e que tem sentimentos.
Outra das mulheres presas foi acusada de preparar armas para o exército palestino. Ela foi presa grávida, e teve seu filho na prisão. Ainda recém nascido, o bebê ouve músicas religiosas para ninar, músicas com conteúdo bélico. Quando seu filho completa seis meses, a mãe e suas colegas o ensinam a falar "Deus é grande".
Outra entrevistada foi presa por tentativa de um ataque suicida em um hospital judeu. Ela diz que foi bem tratada, mas queria se matar no meio de vários judeus e que todos eles morressem explodidos. Ela diz que não tem medo de se ser uma mulher bomba, pois, para os palestinos, quando uma pessoa vai se matar em nome de Deus,Ele tira sua alma e evita o seu sofrimento. Ela afirma ainda que os mártires homens, têm direito a ter entre 72 e 100 virgens no paraíso, e as mulheres nesta mesma condição tornam-se mais bonitas e mais atraentes e viram as rainhas destas virgens.
Ela diz ainda que acredita que todos têm o direito de defender sua terra natal, e por isso não se arrepende de nada. Ela acredita ainda que a Jihad nunca vai acabar pois: "aonde houver um palestino sofrendo a jihad irá defendê-lo".
Uma delas disse soube durante a entrevista que ajudou a matar, entre outras pessoas, uma mulher grávida, e diz que não escolhe, ela só quer saber se é judeu.
É meio assombroso como muitas pessoas ainda acreditam na violência como saída para todos os problemas. E ainda acham que tudo está justificado pela sua crença em um deus que tem sede de vingança.

Um comentário:

Fenelon Rocha disse...

Garota esperta.
Gostei muito do blog. Vou ficar freguês.
Sucesso.