Triste sina

Ainda estou quentinho, esta noite foi agitada, cheia de novas "impressões". Agora são tantos como eu, com sede de atenção, querendo ficar nas mãos de quem nos entenda, e não ache que somos apenas a capa do caderno de TV.
Amanheceu, sinto-me uma estrela, todos que passam querem me olhar, sentem curiosidade, me tocam, acariciam, mas ninguém me leva para um lugar melhor, como eu queria sair daqui, do lado de tantos iguais a mim. Queria ser impar.
Ahh, enfim a felicidade me toca em forma de lindas mãos femininas e delicadas, que me pegam firmemente e me apertam contra seu colo robusto e ao mesmo tempo suave. Caminhamos juntos até o banco da praça, e lá continua um jogo de sedução; ela lambe seu dedo indicador e me explora por inteiro. Sinto-me no céu. Agora sim, sou realmente valorizado, não sou apenas propaganda, tenho muito conteúdo.
Porém, o inesperado aconteceu. Ok, eu quis pensar que era inesperado, mas já era de se imaginar. Ela me deixou, me jogou de lado, nem disse adeus. Como se eu fosse um inútil jornal de ontem.
Agora minha sina é esperar que alguém me enxergue com outros olhos. Não posso reclamar, de vez em quando um ou outro pára, me analisa, volto a ser estrela por alguns segundos, mas depois acontece tudo de novo. Até que a noite chega, já tem gente nova na área, agora reconheço que não tenho mais valor. À meia noite sei que sou um jornal velho que só serve para embrulhar peixe.



PS: Texto em estilo Gracilianistico rsrsrsrsrsrs (ow plágio descarado!), mas pelo menos posso usar a desculpa que é o estilo da família hehehehe.